Este desejo ficou guardado por décadas. Na época de escolher uma profissão, aos 17 anos, fiquei no meio do caminho entre a arte e o mercado. Escolhi a publicidade, depois o design gráfico, e com 44 anos assumi o amor de toda uma vida: a fotografia. Foi libertador para mim e quando fotografo sinto que estou em outra dimensão, perco noção de tempo, se estou com calor ou frio, suja, ou se por algum motivo estou me colocando em risco. 

O ato de fotografar me transforma em uma pessoa mais corajosa. Ele me leva à lugares e situações onde estou desconfortável. Quando digo isso é no sentido de romper limites emocionais. O meu desejo de contar histórias e me conectar com pessoas me empurra para encontrar um lugar corajoso dentro de mim e me engrandece. Sempre fui muito tímida e a fotografia rompeu várias barreiras que eu achava intransponíveis. 

O caminho da fotografia não é fácil, é uma viagem de compromisso e dedicação. A paixão por este ofício me move para frente, para aprender diariamente, renovar meu olhar, pesquisar e andar por novas estradas.

As mulheres estão presentes na maioria das minhas fotos. Por sermos mulheres, nós, de alguma forma, nos olhamos e existe uma confiança. Consigo entrar em suas casas, existe uma abertura, uma entrega. Em culturas completamente diferentes, continuamos sendo mães, irmãs, filhas, esposas, trabalhamos, enfrentamos preconceitos e barreiras em diferentes graus. Como fotógrafa eu descobri que a empatia é a forma mais potente de conexão entre as pessoas. O mais importante para mim no fim de tudo é que as pessoas que fotografo saibam que vou honrá-las, vou mostrar a força de cada uma delas.
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